A Literatura Infantil como ferramenta potente para inclusão
Por Raul Miranda
A literatura infantil é muito importante porque ajuda as crianças a usar a imaginação e se identificar com os personagens das histórias. Por meio das histórias, as crianças aprendem sobre o mundo e a realidade ao verem as imagens e entenderem o que elas significam.
É essencial que as crianças aprendam a ver o mundo de diferentes maneiras, a se conhecerem, a aceitarem suas características e a conviverem melhor com os outros. Também é importante que elas enfrentem seus medos e dificuldades, valorizem a si mesmas e respeitem suas próprias ideias e ações.
Hoje em dia, a literatura infantil é reconhecida como uma ferramenta importante para promover a inclusão. Por meio das histórias, as crianças podem aprender a aceitar e respeitar as diferenças. Escolas inclusivas são aquelas que oferecem uma educação que garante que todas as crianças tenham acesso e sucesso, independentemente de suas características individuais. Essas escolas incentivam a integração entre crianças e educadores, estimulam a aprendizagem e fornecem recursos adequados.
Para que a inclusão seja efetiva, é necessário mudar a forma como vemos as diferenças individuais. Devemos reconhecer que todos somos diferentes e estamos sempre mudando e evoluindo. Isso requer uma consciência de que todas as pessoas têm os mesmos direitos e merecem respeito e oportunidades de aprendizado.
A Educação Inclusiva busca garantir que todas as crianças possam participar, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais. Um recurso utilizado para promover essa inclusão é a literatura infantil, que ajuda as crianças a conhecerem e valorizarem as diferenças.
Por muito tempo, a literatura não valorizou as diferenças e a inclusão. Personagens diferentes eram frequentemente retratados de forma negativa, e suas histórias não abordavam a aceitação da diversidade. Felizmente, alguns escritores começaram a mudar essa realidade. Lygia Bojunga e Marcos Rey são exemplos disso.
Lygia Bojunga abordou o tema da diferença em suas primeiras obras de forma alegórica, mas em seu trabalho mais recente passou a tratar o preconceito de forma clara e direta. Marcos Rey foi pioneiro na criação de personagens com deficiência em livros infantis e juvenis. Seu primeiro personagem, Gino, era um menino paraplégico que não era retratado com pena, mas como alguém capaz de desenvolver suas habilidades de forma significativa.
Graças à literatura infantil e juvenil, houve uma mudança de perspectiva em relação à inclusão e às diferenças. Agora, a literatura aborda essas questões de forma mais positiva e cria uma nova visão sobre a inclusão na sociedade.
A literatura infantil desempenha um papel importante na promoção da inclusão, como destacado por Cândido. Ao se identificarem com os problemas físicos, sociais e emocionais dos personagens, os leitores são sensibilizados e incentivados a agir de forma solidária, quebrando naturalmente os preconceitos.
De acordo com Zardo e Freitas (2004), a literatura infantil é uma aliada poderosa para promover a inclusão na sala de aula. Ela ajuda as crianças a entenderem os problemas e valorizarem as diferenças, sendo um ponto de partida para o conhecimento real.
A literatura infantil é muito importante para as crianças e tem um papel significativo na mudança das ideias sobre as diferenças. Ela equilibra a imaginação e a realidade, abordando assuntos como a realidade, a quebra de estereótipos, a busca pela identidade individual, a superação de dificuldades e a aceitação dos problemas de forma natural.
Coelho (2005) destaca que a literatura infantil é uma porta de entrada para a formação de uma nova mentalidade e desempenha um papel importante na formação da consciência do mundo. Por meio da leitura, ideias, padrões e valores são transmitidos, contribuindo para o avanço da humanidade.
A literatura infantil é uma ferramenta fundamental para promover a inclusão, despertando a empatia, valorizando as diferenças e formando uma nova consciência do mundo.
Atualmente, os autores de literatura infantil estão cada vez mais preocupados em abordar temas relacionados às diferenças e à inclusão em suas obras. Essa nova abordagem permite que o leitor se envolva com a história, pois ao tratar de situações do dia a dia, as histórias ensinam, formam e levam à reflexão.
As histórias infantis estão se tornando mais inclusivas e valorizando a diversidade, promovendo o desenvolvimento social, a crítica e a melhoria das atitudes das crianças como membros ativos da sociedade.
Ao abordar problemas e experiências vividas pelas crianças, a literatura infantil desempenha um papel importante na inclusão. As histórias ajudam a quebrar conceitos impostos pela sociedade em relação ao preconceito e às diferenças, permitindo que as crianças expressem seus desejos e atitudes de forma consciente e humanitária.
É crucial destacar o papel do professor nesse processo de inclusão. Eles devem estar bem informados sobre os recursos disponíveis para atender crianças atípicas e buscar constantemente aprimoramento. Assim, os professores desempenham um papel fundamental na propagação de pensamentos, ideias e ações inclusivas nos diversos espaços escolares.
Em resumo, a literatura infantil atual está cada vez mais comprometida em promover a inclusão, despertando a consciência das crianças para a aceitação das diferenças. As histórias são uma ferramenta poderosa para transmitir valores de respeito e empatia, contribuindo para a formação de uma sociedade mais inclusiva. O papel do professor é fundamental para garantir que esse processo seja efetivo, por meio de seu conhecimento e constante aprimoramento.
Referências
CÂNDIDO, Amélia Fernandes. Para ser: a literatura promovendo a inclusão. In: CARNEIRO, Vanessa Ferreira. A importância da literatura infantil inclusiva para crianças com deficiência. Trabalho de Conclusão de curso em Letras, UnB, Brasília-DF, 2020. CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “IS”. 7 ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982. nº 53. Coleção Primeiros Passos.
SILVA, Tarcísio Bruno Santos; SIMPLÍCIO, MichelineIdalga de Brito. A literatura infantil e contação de histórias: caminhos possíveis para a inclusão. Disponível em: http://www.200.17.141.110/forumidentidades/…/Tarcisio_Bruno_Santos_Silva.pdf. Acesso em: 28 mai. 2013.
ZARDO, Sinara Polom; FREITAS, Soraia Napoleão. A literatura infantil como auxílio pedagógico para uma educação inclusiva. Revista Partes – Revista virtual do leitor, São Paulo – SP, Ano IV, N.46, jun.2004. Disponível em: http://www.partes.com.br/ed46/educacao2.asp. Acesso em: 12 set. 2006.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11 ed. São Paulo: Global, 2003.
ZILBERMAN, Regina; LAJOLO, Marisa. Literatura infantil brasileira: histórias e histórias. 6. ed. São Paulo: Ática, 2009.